quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Padecer

Acendo o filtro, subo no canteiro, inverto a posição de objetos rotineiros, perco as chaves; devaneio em meio às ilusões por toda essa comodidade egocêntrica de outrem, camuflada, demonstrada; (y) Obrigado, mesmo.
Faculdade, paixão, solidão, clausura, sedentarismo.Sabe quando os músculos estão pétridos e doloridos? Tudo parece manifestar tamanha incoerência. Oh, Deus, estou-me acabando, e não agarro meios de impedi-lo(motivação?). Até onde alcançarei com todo este sufoco?; de foder, de foder, Vani...
Alimentos da amargura crescente.

''Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vida,
pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado,
como vou me aborrecer, qual o quê
Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato,
e abro meus braços pra você''

''Deixe em paz meu coração,
que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não,
pode ser a gota d'água''
PS: faltaram os dejetos orgânicos, na imagem.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Fado

Papéis, tinta, luzes foscas, sons sutis, conversas, chuva, ventos, fumaça; síntese.
Circundado tal pelo buraco fundo, escuro, insípido, sem forças pra estancar o lamento que corre e lhe unta as paredes.Caí novamente... Vulnerável, não frágil, ao todo; ciente do desinteresse da bancada acadêmica em minha introspecção sofrível.
Remoendo o conteúdo cuja gota d'água me transbordou, com desilusão...
Semana antes da prova, oh, por favor, por quê agora?, mês, um curto infindável mês, tolerância é que constitui a base de minha esperança...

''Tem dias que a gente se sente
como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente,
ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa,
no nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
e carrega o destino pra lá

A gente vai contra a corrente
até não poder resistir,
na volta do barco é que sente
o quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
a mais linda roseira que há
mas eis que chega a roda-viva
e carrega a roseira pra lá

O samba, a viola, a roseira,
um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa,
faz força pro tempo parar,
mas eis que chega a roda-viva..''
Não consigo fugir disso, at all; não que seja meu objetivo, fica dito.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Fluxo

Admito haver muitos ocorridos neste afastamento ocasional dos posts.
Meu avô foi comprar o jornal do dia em Manaus, resolveu que seria em muito útil adquiri-lo, e quem sou eu para desargumentar o espanhol. A goteira de minha patente acentuou em atividade, obrigando-me a manifestar drástica atitude(estanquei, mas já digo que se quiseres usar meu banheiro a pia está ótima, obrigado). Cedi à pressão de meu âmago e fui ter com minha mãe, o que, sabia, há tempos deveria ter feito, honrando-me com extrema argutez e carinho por ela manifestados, e por mim retribuídos. Foi-me concedido um novo computador, cedendo meu antigo às necessidades de carteado da Dra. Marisa(sou grato pelo que me foi proporcionado por aquela humilde máquina nesses dois anos e meio). Adotei, em literal, o modo econômico nesta semana para desfrutar de fins no sábado e domingo, fins estes que não me serão realizados(acho razoável dizer que não cabem ,ao todo, a mim, e a porção que me é conluí prazerosamente). Meu médico queimou-me ,com nitrogênio, o anular, e a área insiste em não ceder às fases naturais do processo de ''apodrecer e cair'' mediada por minhas células imunes, e no presente mostra-se coagulada. A lâmpada de meu abajur queimou, e se soubesse que daria tanto trabalho para encontrar uma equivalente, a teria feito, by myself, com palitos de dente e clips. Surpreendi-me com o livro da Agatha, e exponho aqui trechos interessantes por mim julgados. E foda-se.

''Nunca dão certo em nada, nunca ficam muito tempo no mesmo lugar, e sempre liqüidam com qualquer dinheiro neles investido. Essa espécie de gente nunca a interessara muito. Ruth preferia o sucesso.''
''Essas mulheres calmas, equilibradas, respeitadoras da lei freqüentemente se deixam atrair por um verdadeiro mau-caráter.''
E, pra foder, ela escreve:
''A mãe, uma figura imprecisa, sem objetivos na vida, dada a extraordinárias flutuações de humor, despertava em Stephen somente uma perplexa incompreensão - e mesmo isto se desfizera, no dia em que a encontrou debruçada num canto da mesa tendo a seu lado, no chão, um vidro vazio de água-de-colônia, que lhe caíra das mãos.[...]Ela não bebia cerveja, nem qualquer bebida alcoólica, e nunca ocorrera a Stephen que sua paixão por água-de-colônia tivesse outra origem que não sua vaga justificativa, sobre dores de cabeça.''
A.. Christie, ''Sparkling cyanide'', 1944;
Enfim...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Irrupção

Foi hoje, com desencadeamento em uma desregulação homeostática um tanto súbita, que em consciente me caiu ao todo a realidade dos meus dias(meses?).A exteriorização de meu conteúdo gástrico(gorfei, ponto) me aflorou também algumas peculiares indagações.Uma espécie de deflagração.Em se tratando de conclusões: mudanças a serem executadas, por favor; meu aspecto gratifica.Enfim... luta no imposto dever de ascenso em refutação à psicossomática manifestada.Obrigado;
Em tempos acadêmicos procuro ser leviano em minha leitura; há um tempinho não lia Agatha, e no meu vigésimo segundo romance é que dei-me conta de que ela não é tão superficial na formação da personalidade e relacionamentos de seus personagens; tenho aprendido e pensado em minha leitura de Agatha.É possível que já isso antes acontecia e passou-me desapercebido.

''Seu jogo é carta marcada,
me enganei, não sei por quê,
sem saber que eu era nada
fiz meu tudo de você
Pra você fui aventura, você foi minha ilusão,
nosso amor foi uma jura, que morreu sem oração

Ah, e agora você passa e eu acho graça!
Nessa vida tudo passa, e você também passou
Entre as flores você era a mais bela,
minha rosa amarela,
que desfolhou, perdeu a cor''
Essa(em âmbito)tem sido minha alegria nas últimas semanas; Obrigado, Ataulfo ;).