segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Fruto

Em tempos incertos cá me escancaram, como que se de repente, posso dizer ainda que por esforço meu, sentimentos de propriedades inversas aos que até então se cravavam em meus dias. Digo que por meu esforço por ter conseguido, com não muita reflexão, sintetizar um amplo conteúdo de ocorrências, desentendimentos, dissidências, e seus efeitos; tudo se me mostrou demasiado mais singelo do que julgava ser, talvez porque estava com tudo solto na cabeça, sem conseguir reunir e interpretar os fatos para elaborar uma conduta; talvez por estar ainda digerindo certas partes do montante; talvez, e penso ser o mais provável, por ter deixado de lado toda esta confusão e focado em pontos outros de minha vida por um tempo. Agora vejo mais claramente, tudo o que expus acima, em minha frente, e me sinto bem, deveras assim me sinto. Fardos embasados em desmerecimentos, e entre outras constituições. Me pego com uma vontade louca, contudo de seriedade, de ligar o ''mode: soluções drásticas'', que sempre surte efeitos. Assumo os riscos destas soluções, por ativá-las após muito pensar; agora as coloco em meu caminho actual, de maneira um tanto leviana, mas sinto não estar por cair em decepção por este feito; talvez deva-se agir desta maneira com as soluções drásticas, talvez não, por isso arrisco em âmbito de não muita importância para mim, não mais. Não mais;

'Olhando pra trás há momentos bons, lógico,
o que faz ser triste,
Mas também há empecilhos,
o que faz ser racional e sensato'
RMF


''Eu vejo a vida melhor no futuro,
eu vejo isso por cima do muro
de hipocrisia que insiste em nos rodear
Eu vejo a vida mais farta e clara,
repleta de toda a satisfação que se tem direito,
do firmamento ao chão

Eu quero crer no amor numa boa,
e que isso valha prá qualquer pessoa
que realizar a força que tem uma paixão

Eu vejo um novo começo de era,
de gente fina, elegante e sincera,
com habilidade pra dizer mais sim do que não

Hoje o tempo voa amor,
escorre pelas mãos,
mesmo sem se sentir
E não há tempo que volte amor
Vamos viver tudo o que há prá viver,
vamos nos permitir''

Ribeirão Preto/Sp, 23:09;

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Opacidade

Voltei. Cá me estavam de prontidão as tão esperadas cobranças objetivas exógenas, e de grande valor para meus interesses. Cobranças essas que me surtem outras endógenas, e assim satisfaço duplamente com apenas um feito ambas elas.
Antes como meta, agora como efeito de motivação própria, me empenho a aprofundar na vasta e concreta medicina interna, desde suas raízes, a fim de melhor embasamento futuro. Me toca o humanismo e a delicadeza da clínica, e tenho me satisfeito com seu efeito em minha ideologia. Satisfaço-me compensatoriamente, por ter esquivado esta tão indipensável área de meus passados três anos de faculdade, já que havia, lá no fundo, sempre um vazio implorando preenchimento.Agora o encho, e com prazer, o que mais de traz felidade.
Primeiro módulo interessante, principalmente quanto à minha tão amada farmacologia, diria também quanto à neuroanatomia, ramo único da morfologia macroscópica por mim apreciado. Considero a psiquiatria, tratada no módulo referido, como interessante e de influência ubíqua nas especialidades outras, porém trabalhada com descaso por funcionários da saúde. Parte extensa em teoria, por abarcar muito das vertentes da psicologia inexoravelmente, por estarem ligadas; Parte extensa, por conter muitos termos e condutas específicos da área. Parte, contudo, como já atribuído, importante e de grande afecção na população geral.
Oh, minha vida acadêmica... meus livros, meus resumos, minhas manias(não as psiquiátricas, rs)... estava com saudades; Como diria o Sano, amigo que há tempos não vejo e por que sinto saudades, ''Quod me nutrit, me destruit''. Por vezes penso no efeito deste adágio, mas com lados positivos e negativos, creio não haver como nos esquivar de nossas necessidades de rotina, obrigações e compromissos. Talvez o balanço seja favorável à nossa psique, talvez não... wathever.
Concomitante ao regresso acadêmico, mudanças. Turma nova, pessoas novas, conexões novas: adaptação. Tenho analisado bastante quanto à maneira de o ego se adaptar frente a adversidades e situações estranhas; a análise é complexa porém, digo, interessante. Instabilidades inconscientes, repressão sentimental, defesas do ego; Ressalto: Freud, por mais austeros que sejam os Behavioristas, foi um gênio além de sua, e de nossa época, e quer estivesse certo ou não, tem seu mérito, e o Rafael que me perdoe... ou não, mas enfim, rs. Outra fonte de minhas curiosidades e invocação da psicanálise é um fato um tanto estranho que me tem ocorrido, desde meu retorno às atividades acadêmicas: deparo-me com desinteresse e desmotivação para voltar à minha cidade de criação. Dantes nunca ocorrera tal manifestação em meu âmbito de desejos. Mas ocorre-me a vontade de permanecer cá, novamente digo, com meus livros, resumos, minha moradia universitária... Conjecturo e logro causas para esta conseqüência, como modo de explicação. A questão, retorno ao ponto há pouco discutido, é a adaptação. Talvez seja melhor voltar pra Rio Preto, e, agora uso de meios behavioristas, encarar a experiência por si, o que não ocorreria se me enclausurasse aqui em meu apartamento(quarto?cubo?). Inclusive porque necessito da experiência para obter resultados concretos, não teorico-especulativos. Verei, sentirei, talvez surpreenderei-me.
Alinhado a este descaso por Rio Preto está minha vida afetiva, a qual tem, tabém, deixado dúvida e confusão por esses dias que tem passado. O lindo trecho que segue abaixo, o insertei ao post por conta deste aspecto, e creio necessitar de maior intensidade afetiva endógena, contudo sinto-me perdido em meio à confusão que referi. Ando meio perdido, talvez esteja seguindo por um caminho tortuoso porém de destino correto, e espero que assim seja.

''O primeiro me chegou como quem vem do florista,
trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha,
me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração,
mas não me negava nada, e assustada, eu disse não

O segundo me chegou como quem chega do bar,
trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
Indagou o meu passado e cheirou minha comida,
vasculhou minha gaveta me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração,
mas não me entregava nada, e assustada, eu disse não

O terceiro me chegou como quem chega do nada,
ele não me trouxe nada também nada perguntou
Mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer,
se deitou na minha cama e me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não,
se instalou feito um posseiro dentro do meu coração''

Ribeirão Preto/Sp, 21:45;