quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Opacidade

Voltei. Cá me estavam de prontidão as tão esperadas cobranças objetivas exógenas, e de grande valor para meus interesses. Cobranças essas que me surtem outras endógenas, e assim satisfaço duplamente com apenas um feito ambas elas.
Antes como meta, agora como efeito de motivação própria, me empenho a aprofundar na vasta e concreta medicina interna, desde suas raízes, a fim de melhor embasamento futuro. Me toca o humanismo e a delicadeza da clínica, e tenho me satisfeito com seu efeito em minha ideologia. Satisfaço-me compensatoriamente, por ter esquivado esta tão indipensável área de meus passados três anos de faculdade, já que havia, lá no fundo, sempre um vazio implorando preenchimento.Agora o encho, e com prazer, o que mais de traz felidade.
Primeiro módulo interessante, principalmente quanto à minha tão amada farmacologia, diria também quanto à neuroanatomia, ramo único da morfologia macroscópica por mim apreciado. Considero a psiquiatria, tratada no módulo referido, como interessante e de influência ubíqua nas especialidades outras, porém trabalhada com descaso por funcionários da saúde. Parte extensa em teoria, por abarcar muito das vertentes da psicologia inexoravelmente, por estarem ligadas; Parte extensa, por conter muitos termos e condutas específicos da área. Parte, contudo, como já atribuído, importante e de grande afecção na população geral.
Oh, minha vida acadêmica... meus livros, meus resumos, minhas manias(não as psiquiátricas, rs)... estava com saudades; Como diria o Sano, amigo que há tempos não vejo e por que sinto saudades, ''Quod me nutrit, me destruit''. Por vezes penso no efeito deste adágio, mas com lados positivos e negativos, creio não haver como nos esquivar de nossas necessidades de rotina, obrigações e compromissos. Talvez o balanço seja favorável à nossa psique, talvez não... wathever.
Concomitante ao regresso acadêmico, mudanças. Turma nova, pessoas novas, conexões novas: adaptação. Tenho analisado bastante quanto à maneira de o ego se adaptar frente a adversidades e situações estranhas; a análise é complexa porém, digo, interessante. Instabilidades inconscientes, repressão sentimental, defesas do ego; Ressalto: Freud, por mais austeros que sejam os Behavioristas, foi um gênio além de sua, e de nossa época, e quer estivesse certo ou não, tem seu mérito, e o Rafael que me perdoe... ou não, mas enfim, rs. Outra fonte de minhas curiosidades e invocação da psicanálise é um fato um tanto estranho que me tem ocorrido, desde meu retorno às atividades acadêmicas: deparo-me com desinteresse e desmotivação para voltar à minha cidade de criação. Dantes nunca ocorrera tal manifestação em meu âmbito de desejos. Mas ocorre-me a vontade de permanecer cá, novamente digo, com meus livros, resumos, minha moradia universitária... Conjecturo e logro causas para esta conseqüência, como modo de explicação. A questão, retorno ao ponto há pouco discutido, é a adaptação. Talvez seja melhor voltar pra Rio Preto, e, agora uso de meios behavioristas, encarar a experiência por si, o que não ocorreria se me enclausurasse aqui em meu apartamento(quarto?cubo?). Inclusive porque necessito da experiência para obter resultados concretos, não teorico-especulativos. Verei, sentirei, talvez surpreenderei-me.
Alinhado a este descaso por Rio Preto está minha vida afetiva, a qual tem, tabém, deixado dúvida e confusão por esses dias que tem passado. O lindo trecho que segue abaixo, o insertei ao post por conta deste aspecto, e creio necessitar de maior intensidade afetiva endógena, contudo sinto-me perdido em meio à confusão que referi. Ando meio perdido, talvez esteja seguindo por um caminho tortuoso porém de destino correto, e espero que assim seja.

''O primeiro me chegou como quem vem do florista,
trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha,
me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração,
mas não me negava nada, e assustada, eu disse não

O segundo me chegou como quem chega do bar,
trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
Indagou o meu passado e cheirou minha comida,
vasculhou minha gaveta me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração,
mas não me entregava nada, e assustada, eu disse não

O terceiro me chegou como quem chega do nada,
ele não me trouxe nada também nada perguntou
Mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer,
se deitou na minha cama e me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não,
se instalou feito um posseiro dentro do meu coração''

Ribeirão Preto/Sp, 21:45;

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